CENÁRIO DA ATUAÇÃO DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA NOS CUIDADOS PALIATIVOS DE IDOSOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Resumo
Introdução: o panorama dos cuidados em saúde está mudando em consequência do exponencial envelhecimento da população. De fato, há muitos idosos robustos e independentes, todavia o aumento das doenças crônicas cresce diretamente proporcional ao processo de senilidade1. Arraigado a isso, a Medicina Paliativa transforma a estratégia da Atenção Primária da Saúde (APS), visando prestar suporte além da cura da doença e, desse modo, continuar apoiando o paciente mesmo sem chance de recuperação, desde o diagnostico até a fase terminal. Os Cuidados Paliativos (CP) aplicados pela Estratégia de Saúde da Família (ESF) configuram maior confiança na assistência, mantendo o vínculo da equipe e da família a fim de proporcionar qualidade de vida e de morte1,2. Objetivo: Enfatizar a importância da aplicabilidade dos cuidados paliativos pela ESF na APS e descrever o quadro atual. Metodologia: a construção do vigente resumo é resultado de uma revisão integrativa de literatura, cujas bases de dados utilizadas foram: SCIELO e PUBMED, abrangendo artigos publicados nos últimos cinco anos. Resultados e discussão: os cuidados holísticos ativos proporcionam qualidade de vida aos enfermos, aos familiares e aos cuidadores, trazendo conforto diante da impossibilidade da recuperação da saúde2,3. Sequelas de doenças cerebrovasculares, câncer, demências, em especial a de Alzheimer, doenças osteomioarticulares e doença cardíaca grave são as principais indicações para os CP, cuja eleição dos candidatos é realizada por análise singular. Dentre os usuários identificados em Unidades Básicas de Saúde (UBS) no Brasil, 70% deles não recebiam acompanhamento pelo Sistema de Atendimento Domiciliar (SAD)2. A equipe da Unidade de Saúde atua no processo de paliação no domicílio, apesar de não possuírem treinamento de CP, proporcionando cuidados básicos com limitações, pois existe dificuldade do acesso ao apoio psicológico, falta de protocolos publicados que guiem o manejo, ausência de capacitação e aplicação individualizada do cuidado paliativo3. Conclusão: Os idosos com Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) preferem que o leito de morte seja a própria residência. Reforçando, assim, a importância da especialização da equipe multiprofissional da medicina de família e comunidade, desde a graduação, para aplicação efetiva dos CP, a fim de ofertar alívio da dor física e assistência que contemple os aspectos biopsicossocioespirituais do ente eleito aos métodos de paliação no lar, sempre que possível.
Referências
- AZEVEDO, C. et al. Interface between social support, quality of life and depression in users eligible for palliative care. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 51, e03245, 2017. Acesso em:
de julho de 2020. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S0080-62342017000100442&lng=en&nrm=iso>. DOI: https://doi.org/10.1590/s1980-220x2016038003245.
- JUSTINO, E. T. KASPER, M. SANTOS, K. S. QUAGLIO, R. C. FORTUNA, C. M. Palliative care in primary health care: scoping review. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2020;28:e3324. Access 19 de julho de 2020; Available in: https://www.scielo.br/pdf/rlae/v28/pt_0104-1169-rlae-28-e3324.pdf. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1518-8345.3858.3324.
- RIBEIRO, J. R.; POLES, K. Cuidados Paliativos: Prática dos Médicos da Estratégia Saúde da Família. Rev. bras. educ. med., Brasília, v. 43, n. 3, p. 62-72, July 2019. Acesso em: 20 de julho de 2020. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100- 55022019000300062&lng=en&nrm=iso>. DO I : https://doi.org/10.1590/1981- 52712015v43n3rb20180172.