CARACTERÍSTICAS SOCIAIS, DEMOGRÁFICAS E PREVALÊNCIA DE DOENÇA DE ALZHEIMER EM IDOSOS NA POPULAÇÃO BRASILEIRA: UMA REVISÃO DE LITERATURA.
Resumo
Introdução: De acordo com o Ministério da Saúde, a Doença de Alzheimer (DA) é um transtorno neurodegenerativo progressivo e fatal que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória1. A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) afirma que a DA é o tipo de demência mais prevalente em idosos no mundo2 e que, segundo a Associação Internacional da Doença de Alzheimer, o número de pessoas com a doença deve chegar, mundialmente, a 75 milhões em 2030 e a 132 milhões em 20503. Objetivo: O objetivo do trabalho é avaliar as características sociodemográficas e a prevalência populacional brasileira de Doença de Alzheimer por meio de uma revisão de literatura. Metodologia: Foi utilizada a plataforma de pesquisa Scielo em julho de 2020, buscando artigos relacionados ao Alzheimer e a população brasileira, foram selecionados 20 artigos, dos quais 13 foram excluídos por não corresponderem aos objetivos do trabalho. Os artigos selecionados foram analisados e seus dados foram tabulados e comparados. Igualmente, foram utilizados os sites da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, do Instituto Alzheimer Brasil, do Ministério da Saúde e da Associação Internacional da Doença de Alzheimer (Alzheimer’s Disease International). Resultados: O Relatório Mundial da DA, em 2019, evidenciou que, mundialmente, cerca de 60% dos profissionais de saúde atestam que a demência é decorrente do envelhecimento natural do paciente4. Em âmbito nacional, em um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, no ano de 2019, foi verificado que no Brasil, 2 milhões de pessoas foram diagnosticadas com demências, sendo que 40 a 60% dessas representa a doença de Alzheimer2. A SBGG explica que o diagnóstico pode ser realizado através de exame clínico, neurológico e psiquiátrico, além de rastreamento neuropsicológico, exames de sangue e de imagem (Tomografia do Cérebro ou Ressonância Magnética do Cérebro), afirmando que o diagnóstico está cada vez mais apurado e cada vez mais precoce2. A Doença de Alzheimer é uma condição comum e uma preocupação de saúde pública, principalmente em países em desenvolvimento, como o Brasil, no qual estudos mostram uma prevalência em torno de 12% na população acima de 65 anos, o risco de desenvolver a doença dobra a cada 5 anos, confirmando que a idade é o principal fator de risco4. Quanto ao gênero, o Instituto Alzheimer Brasil (IAB), afirma que as mulheres (59%) desenvolvem mais demência do que os homens (41%) e que em pessoas analfabetas (12,1%) a doença se apresentou mais prevalente do que em indivíduos com escolaridade de 8 anos ou mais (2%)4. Ao analisar os artigos selecionados, obteve-se que a idade média do diagnóstico da Doença de Alzheimer foi de 74,08 anos, a escolaridade média dos indivíduos foi de 3,47 anos e o tempo médio do início dos sintomas até o diagnóstico da doença foi de 33,43 meses5,6,7,8,9,10,11. Conclusão: A Doença de Alzheimer tem alta prevalência entre as demências na população idosa brasileira. Ao se avaliar os resultados obtidos no estudo, tem-se que a maior parte dos pacientes com diagnóstico de Alzheimer foi do sexo feminino, o que pode ser devido ao fato de que, segundo dados do IBGE, mulheres vivem mais do que homens no Brasil12. A idade média dos pacientes foi de 74,08, o que corrobora com dados da Associação Brasileira de Alzheimer que aponta que a idade é o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença. A escolaridade média foi de 3,47 anos, o que demostra uma escolaridade baixa desses pacientes. O tempo médio de início dos sintomas até o diagnóstico da doença foi de 33,43 meses, ou seja, apesar dos vários métodos existentes para a identificação da doença, houve um atraso de aproximadamente 3 anos até seu diagnóstico, fazendo com que, no momento do diagnóstico, o paciente já tenha sofrido uma perda cognitiva considerávelReferências
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