BENEFÍCIOS DO FORTALECIMENTO MUSCULAR NA DOR E RISCO DE QUEDAS EM IDOSA COM GONARTROSE: RELATO DE CASO

Autores

  • Johnatan Weslley Araujo Cruz
  • João Victor dos Santos Brito
  • Vinícius Barbosa dos Santos Sales
  • Júlia Guimarães Reis da Costa

Resumo

Introdução: A osteoartrose do joelho (gonartrose) é uma doença de causa multifatorial, cuja instalação normalmente ocorre pela aplicação de cargas excessivas de maneiras inadequadas, alteração da cartilagem ou outra estrutura1, ocasionando dor e perda da função 2. A idade é um fator relacionado ao surgimento da doença, pois altera alguns fatores fisiológicos e biomecânicos da articulação. Este estudo tem como objetivo relatar o caso de uma idosa com osteoartrose em ambos os joelhos pós-tratamento fisioterapêutico. Metodologia: Trata-se de um relato de caso de idosa, M.L.S, 61 anos, colaborativa, viúva, servidora pública, com diagnóstico clínico de gonartrose bilateral. Foi assistida no Instituto de Promoção e de Assistência à Saúde, em março de 2020, na cidade de Lagarto-SE. Foram realizados exercícios de fortalecimento muscular3,4 e liberação miofascial2 de isquiotibiais, adutores da coxa e quadríceps; alongamentos dos MMII; mobilizações articulares nos joelhos e exercícios aeróbios na bicicleta ergométrica. Os testes Timed Up and Go (TUG)5 e Sentar-Levantar cinco vezes (TSLCV) 6 foram realizados no início e final do tratamento, além de aferição de dor pela Escala Visual Analógica (EVA) e dos sinais vitais em todas as sessões. Resultados e Discussão: Foram realizadas quatro sessões de tratamento. Inicialmente a paciente apresentou EVA 7 e, após tratamento, apresentou EVA 0 em joelho esquerdo e EVA 2 em joelho direito. No teste de TUG, apresentou média de 16,7s no início e 12,3s após tratamento, revelando diminuição do risco de queda em relação à classificação funcional do TUG, para valores menores que 14s nesse critério7. Já no TSLCV, o tempo inicial foi 15,4s e final 11,9s, sem estímulos verbais, contribuindo no distanciamento do valor para desenvolvimento de sarcopenia, atribuído a intervalos maiores que 20s8. Dados corroboram outros estudos que fizeram abordagem de fortalecimento muscular em idosos e foram observados redução da dor e melhora da capacidade funcional. Conclusão: Os dados desse relato sugerem que o protocolo de reabilitação utilizado para tratamento de gonartrose bilateral em uma paciente idosa foi eficaz, visto que houve redução dos valores da EVA, TUG e TSLCV pós-tratamento, apesar do pequeno número de sessões.

 

Referências

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Publicado

2021-04-07

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Artigos