AS IMPLICAÇÕES DO HIPOESTROGENISMO PÓS-MENOPAUSA NA VIDA SEXUAL DA MULHER

Autores

  • Thays Sturzeneker de Alcantara
  • Camila Carolina Canedo Campos
  • João Osmany Corrêa Silva
  • Larissa Griffo Gonçalves

Resumo

Introdução: As alterações sexuais na fase pré-menopausa até a pós-menopausa, relacionam-se às taxas de hormônio esteróide gonadal em níveis variáveis e cada vez menores. Esta alteração hormonal, por sua vez, provoca mudanças na lubrificação e na elasticidade da vagina, acarretando em dispareunia e atrofia vulvovaginal respectivamente¹. De acordo com um estudo, o ressecamento vaginal está presente em 90% das mulheres². Habitualmente, a menopausa é vista por grande parte das mulheres que a enfrentam, como um impedimento para continuar a realizar seu desejos³ . Assim sendo, este estudo tem como objetivo debater, por meio de uma revisão literária, suas principais causas e efeitos físicos na função sexual da mulher. Metodologia: O presente estudo refere-se a uma revisão integrativa da literatura científica que se deu de maneira analítica. Realizou-se a busca de dados em pesquisas científicas publicadas nas bases indexadas: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline), Pubmed e Scientific Electronic Library Online (SciELO). Foram selecionados artigos dos últimos seis anos. Resultado e Discussão: O diagnóstico da menopausa é definido como o último ciclo menstrual ocorrido há 12 meses⁴, bem como FSH maior que 35 mUI / mL e baixos níveis de estrogênio, menor que 20 ng / dL⁵ . A idade média para sua ocorrência é entre 48 a 52 anos em todo o mundo⁴. A baixa disponibilidade de estrogênio e andrógenos durante o climatério e após a menopausa favorece de modo expressivo, para o baixo desejo sexual, a excitação reduzida, a dispareunia e as mudanças em relação ao orgasmo, e como resultado, cursa com a satisfação sexual atenuada⁶. Dentre as alterações que o hipoestrogenismo pode causar identifica-se a atrofia vulvovaginal. Como consequências tem-se o afinamento do epitélio vaginal, prejuízos na elasticidade tecidual, na lubrificação vaginal e dispareunia. Durante os períodos peri e pós-menopausa, é válido ressaltar que outros sintomas como sono e sinais vasomotores são comuns nessas fases⁷. Sendo assim, evidencia-se que os prejuízos sexuais podem estar presentes de forma considerável na vida das mulheres após a menopausa⁸. Conclusão: Dado o exposto, é de suma importância que a mulher alcance um bom processo de envelhecimento, especialmente no que tange à menopausa. Nesse contexto, faz-se necessário uma compreensão íntegra e respeitosa dos anseios das pacientes, de forma que não as menospreze, bem como condutas direcionadas a cada caso, que busquem abranger a resolução dos distúrbios orgânicos e outras possíveis consequências vivenciadas com a chegada da menopausa. Dessa forma, objetiva-se que a experiência sexual da mulher nessa fase não seja regada de limitações.

Referências

THORNTON, Kimberley; CHERVENAK, Judi; NEAL-PERRY, Genevieve. Menopause and sexuality. Endocrinology and Metabolism Clinics, v. 44, n. 3, p. 649-661, 2015.

LEMA LEMA, Leydi del Pinar; NARANJO LOGROÑO, Iván. Impacto del síndrome climatérico en la función sexual. Cienc. Serv. Salud Nutr, p. 36-44, 2017.

PAIVA, Luciana Laureano; FRASSON, Antonio Luiz. Reflexões sobre a menopausa, incontinência urinária, sexualidade e envelhecimento. Estudos Interdisciplinares sobre o Envelhecimento, v. 19, n. 3, 2014.

LIMA, Maria José Ferreira; VALIM, Marília Duarte; MEDEIROS, Sebastião Freitas de. Construct and Criterion Validity of the Postmenopause Sexuality Questionnaire-PMSQ. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 42, n. 1, p. 26-34, 2020.

CABRAL, Patrícia Uchôa Leitão et al. Physical activity and sexual function in middle-aged women. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 60, n. 1, p. 47-52, 2014.

SIMONA, J. A. et al. Bienestar sexual después de la menopausia: documento técnico de la Sociedad Internacional de la Menopausia. Rev. colomb. menopaus, p. 27-47, 2018.

PINTO NETO, Aarão Mendes; VALADARES, Ana Lúcia Ribeiro; COSTA-PAIVA, Lúcia. Climatério e sexualidade. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 35, n. 3, p. 93-96, 2013.

CURTA, Julia Costa; WEISSHEIMER, Anne Marie. Percepções e sentimentos sobre as alterações corporais de mulheres climatéricas. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 41, n. SPE, 2020.

Downloads

Publicado

2021-03-09

Edição

Seção

Artigos