A CONTRIBUIÇÃO DA FISIOTERAPIA NO CUIDADO DE QUALIDADE AO IDOSO INSTITUCIONALIZADO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Resumo

Introdução: O envelhecimento é um processo natural que promove alterações biológicas, psicológicas e sociais no indivíduo¹. Com isso, fatores como o aumento da proporção de idosos, dificuldades socioeconômicas e conflitos familiares levam a crescente procura por Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI). Nestes ambientes é imprescindível um cuidado de qualidade, que considere todos os aspectos biopsicossociais pertinentes à manutenção da saúde dos idosos, contando com a atuação de diversos profissionais, inclusive da Fisioterapia. Nesse contexto, o objetivo deste estudo é relatar a experiência de acadêmicos de Fisioterapia no cuidado integral e de qualidade a idosos institucionalizados. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa do tipo relato de experiência, realizada no período de outubro a novembro de 2019, às sextas-feiras, durante as vivências práticas da disciplina de Geriatria e Gerontologia, ministrada no curso de Fisioterapia do Centro Universitário UNINTA. A amostra foi composta por 24 idosos, do sexo feminino e masculino, residentes em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos, localizada em Sobral, Ceará. Cada acadêmico incluso na vivência foi responsável por um idoso, identificou suas principais necessidades e déficits, elaborou e executou planos de atendimento abrangendo aspectos físicos, cognitivos, funcionais e psicológicos. Para as avaliações e reavaliações utilizou-se a Avaliação Geriátrica Ampla, especialmente adaptada para idosos institucionalizados, e as demais informações foram obtidas através de conversa, exame físico, observação dos prontuários e do ambiente. Resultados e discussão: Constatou-se que ILPI não possui atendimento permanente de Fisioterapia, sendo dependente da atuação de equipes do NASF e de ações realizadas pelas Universidades. Diversas repercussões relacionadas a isto foram observadas nos idosos de forma geral, como perca de funcionalidade, déficits físicos e altos riscos de depressão geriátrica. No entanto, a partir dos protocolos de atendimento desenvolvidos de forma integral e individual, a grande maioria destas adversidades puderam ser minimizadas e até excluídas, uma vez que os idosos se apresentaram mais ativos, com melhora nos sinais de depressão e nos aspectos físicos, fato que pôde ser confirmado durante a reavaliação. Para os acadêmicos, esta vivência representou um momento de aprendizagem ativa, essencial para o desenvolvimento do raciocínio clínico e do atendimento humanizado. Conclusão: Conclui-se que a Fisioterapia é de suma importância para a manutenção do bem estar dos idosos em ILPIs, consumando-a como uma ciência responsável por ações de promoção à saúde e redução dos agravos encontrados. Além disso, o estudo foi imprescindível para a observação da realidade dos idosos mantidos em ILPIs e do papel de liderança dos fisioterapeutas no cuidado de qualidade, sendo sua principal limitação o fato deste atendimento não ser permanente na instituição em questão.