A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DO IDOSO NO BRASIL
Resumo
Introdução: O aumento da expectativa de vida é uma das maiores conquistas da humanidade. A evolução da prestação de serviços de saúde à população é essencial para este avanço. No Brasil, o Ministério da Saúde instituiu em 1999 a Política Nacional de Saúde do Idoso (PNSI), com o objetivo de amparar o processo de envelhecimento, prevenir e acurar o potencial fisiológico do ancião, de forma que proporcione ao ancião uma vivência longa e saudável¹. Todavia, ainda que a Atenção Primária à Saúde (APS) tenha a Estratégia Saúde da Família (ESF) como guia, percebe-se uma organização voltada para a resolução da doença e reparação do idoso, além da aplicação de verbas ainda acanhadas². À vista disso, o presente estudo tem como objetivo elucidar e compreender a forma como o idoso é incidido na Atenção Primária à Saúde no Brasil. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura científica com artigos pesquisados nas bases de dados: Lilacs, PubMed e SciELO. Foram utilizados somente artigos publicados nos últimos sete anos. Resultado e Discussão: O envelhecer é uma etapa impreterível na qual ocorre o decaimento gradual do desempenho físico e mental². Dessa forma, a medida que a população se torna mais velha, evidencia-se a fragilidade no planejamento dos serviços de saúde pública brasileira frente aos quadros clínicos destes pacientes. Nesse contexto, portar a resolução da doença como prioridade no sistema é um dos colaboradores para esta realidade. Como consequência, tem-se um menosprezo das enfermidades crônicas múltiplas, típicas da terceira idade, que não possuem cura e necessitam de uma estabilização e acompanhamento³. Somando-se a isto, pressupõe-se que na prática, a dificuldade por parte dos gestores em efetuar a integralidade na atenção do idoso também desafia a eficiência da APS aos anciões, uma vez que há uma gestão centrada nos números de atendimentos ambulatoriais e de terapias medicamentosas⁴. Nesse cenário, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o aumento significativo da composição demográfica e epidemiológica da população idosa brasiliense requer, de forma iminente, alterações inovadoras e mais produtivas centradas na atenção desse público. Assim sendo, o padrão moderno e eficaz de saúde para os mais velhos abandonou o modelo arcaico centralizado na eliminação de doenças e passar a abranger maior atenção com as ações em educação, identificações precoces de fatores de risco para prevenir patologias evitáveis, atenções prévias e reabilitações de possíveis agravamentos. Assim sendo, o padrão moderno e eficaz de saúde para os mais velhos resguarda a não valorização única da eliminação de doenças, mas também abranger com maior atenção os cuidados com ações em educação, identificação precoce de fatores de risco para prevenir patologias evitáveis, atenção prévia e reabilitação de possíveis agravamentos³. Conclusão: Por conseguinte, este estudo coopera com a visualização da fragilidade do padrão da atenção básica à saúde do idoso e evidencia a precisão de mudanças nas políticas públicas, de forma que alcancem uma concordância com a nova composição etária do Brasil. Sugere-se uma revisão no formato de gestão em saúde, por parte dos gestores, visando colocar em prática a integralidade e, consequentemente, disponibilizar um serviço que condiz com a real necessidade de saúde do longevo, ofertando-lhes qualidade de vida.
Referências
VERAS RP, OLIVEIRA M. Envelhecer no Brasil: a construção de um modelo de cuidado. Ciência & Saúde Coletiva, 23(6):1929-1936, 2018.
LABEGALINI CMG, et al. Percurso cuidativo-educativo dialógico sobre envelhecimento ativo com profissionais da estratégia saúde da família. Texto & Contexto Enfermagem 2020, v. 29: e20180235.
VERAS RP, et al. Modelos de atenção à saúde do idoso: repensando o sentido da prevenção. Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 23 [ 4 ]: 1189-1213, 2013.
MEDEIROS KKAS, et al. O desafio da integralidade no cuidado ao idoso, no âmbito da Atenção Primária à Saúde. Saúde Debate, Rio de Janeiro, V. 41, N. ESPECIAL 3, P. 288-295, SET 2017.