IMPACTO DAS ATIVIDADES MOTORAS SOBRE O DECLÍNIO COGNITIVO EM IDOSOS
Resumo
INTRODUÇÃO: As atividades motoras trazem inúmeros benefícios à população idosa, como melhora da qualidade de vida. Não obstante, a independência funcional nas atividades da vida diária é frequentemente reduzida pela progressão do comprometimento cognitivo1. Nesse contexto, as disfunções cognitivas correspondem a um problema significativo para a geriatria, por isso, cada vez mais se pesquisa sobre a importância das atividades físicas para tais disfunções. Assim, o estudo objetiva entender os efeitos das atividades motoras sobre o declínio cognitivo em idosos. METODOLOGIA: O presente estudo é uma revisão narrativa da literatura e de caráter exploratório, realizada em julho de 2020, com busca de artigos na base de dados PubMed. Foram utilizados os seguintes descritores: “disfunção cognitiva” e “atividade motora”. Os critérios de inclusão utilizados no estudo foram artigos científicos publicados nos últimos 5 anos (2015-2020), com texto completo disponível, nos idiomas inglês ou português. RESULTADO: Através da análise feita, pôde-se perceber a relevância das atividades motoras sobre as disfunções cognitivas. Um estudo identificou que o exercício físico teve efeito protetor para demência e um resultado ainda melhor para doença de Alzheimer². Outro, demonstrou resultados benéficos das atividades físicas sobre a função cognitiva global, atenção sustentada, flexibilidade mental e velocidade de pensamento em pacientes com Parkinson, diagnosticados há 6 anos e estágio leve a moderado³. Também, observou-se uma relação dose-resposta entre exercício e função cognitiva em idosos com e sem comprometimentos cognitivos. Como resultado, notaram que idosos com deficiências cognitivas apresentaram uma melhora através de atividades de curta duração realizadas com maior frequência4. Por fim, foi demonstrado em uma revisão sistemática e metanálise, que o comprometimento cognitivo, em idosos da comunidade, obteve melhora com programas de exercícios domésticos e comunitários de longo prazo1. CONCLUSÃO: Os artigos permitem concluir que as atividades motoras correspondem a um meio eficaz para melhora de disfunções cognitivas. No entanto, ainda é necessário mais estudos, a fim de melhor descrever o programa de exercícios em relação à intensidade, duração e frequência, em virtude da importância epidemiológica do declínio cognitivo para a Geriatria.
Referências
¹LEWIS, M, PEIRIS, C.L., SHIELDS, N. Long-term home and community-based exercise programs improve function in community-dwelling older people with cognitive impairment: a systematic review. Journal of Physiotherapy, Volume 63, Issue 1 , January 2017, Pages 23-29. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27993488/. Acesso em: 16/07/2020
²GUURE, C.B., IBRAHIM, N. A., ADAM, M.B., SAID, S. Md. Impact of Physical Activity on Cognitive Decline, Dementia, and Its Subtypes: Meta-Analysis of Prospective Studies. BioMed Research International, Volume 2017, 13 pages, 07 Feb 2017. Disponível em: http://downloads.hindawi.com/journals/bmri/2017/9016924.pdf. Acesso em: 16/07/2020
³SILVA, F.C., et al. Effects of physical exercise programs on cognitive function in Parkinson's disease patients: A systematic review of randomized controlled trials of the last 10 years. Plos One, February 27, 2018. Disponível em: https://journals.plos.org/plosone/article? id=10.1371/journal.pone.0193113. Acesso em: 17/07/2020
SANDERS, L.M.J., et al. Dose-response relationship between exercise and cognitive function in older adults with and without cognitive impairment: a systematic review and m e t a - a n a l y s i s . Plos One, January 10, 2019. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30629631/. Acesso em: 17/07/2020