DESINFORMAÇÃO POR PARTE DOS IDOSOS SOBRE AS FORMAS DE CONTAMINAÇÃO DO HIV: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Autores

  • Nátalye Maria Barreto da Silva
  • Ingride de Sousa Araújo Macêdo
  • Rafaella Cavalcanti Silva da Costa
  • Amanda Gomes Lima Bezerra

Resumo

Introdução: A síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) é uma doença endêmica, causada pelo vírus HIV, sendo atualmente um dos principais problemas enfrentados pelo sistema de saúde brasileiro, podendo ser transmitida através de relações sexuais, contato com fluidos ou materiais contaminados e transmissão vertical 1. As mudanças observadas na pirâmide etária brasileira, em decorrência do aumento da qualidade e expectativa de vida em consonância com aos avanços tecnológicos na área da saúde, proporcionaram uma melhor avaliação, identificação e diagnóstico da doença em idosos, população esta, que devido a permanência de tabus está mais suscetível a adoecer, e dentre os agravos está a AIDS 2. Dessa forma, é imprescindível identificar o nível de desinformação por parte dos idosos em relação as formas de contaminação do HIV. Metodologia: Foi realizado uma revisão de literatura utilizando artigos recentes disponibilizados na plataforma Google Acadêmico e revistas eletrônicas tendo como descritores para a realização da pesquisa: Idoso AND HIV. Resultados e Discussão: Em uma pesquisa realizada entre 2008- 2017 foram notificados 1.184 casos de HIV em idosos, sendo que 4,59% do número total de casos comunicados no período correspondeu a este público. Evidenciou-se também prevalência no sexo masculino e em relações heterossexuais 1. Contudo, apesar da AIDS ser uma realidade na população idosa, a falta de informação é um fator a ser melhor observado. Muitos idosos inferem, nos estudos em questão, que o HIV é transmitido por alimentos/água contaminados, pelo aperto de mão ou que a contaminação está restrita a profissionais do sexo, a relações homoafetivas ou a pessoas tatuadas. Quando a abordagem foi sobre o nível de informação sobre a doença 48,6% de um total de 72 idosos, afirmaram que não tinham conhecimento sobre o agravo 3. Um estudo realizado com 647 idosos da Serra Gaúcha/RS, por sua vez, evidenciou que entre os idosos entrevistados 74,8% compreendem que o uso de preservativos evita a contaminação com vírus da AIDS, porém 87,3% não o utilizam em relações sexuais 4. Conclusão: Infere-se que as principais causas que levam a dificuldade no diagnóstico, tratamento e enfrentamento do HIV em idosos é primordialmente a desinformação e o preconceito advindo dela. Por se tratar de um problema de saúde pública faz-se necessário uma abordagem mais efetiva na atenção primária, por meio de ações que visem a educação continuada e permanente, promover a interação e fortalecimento do vínculo profissional-cliente e por meio de visitas domiciliares. Ademais, faz-se necessário alertar a população idosa que o HIV é um mal que traz consigo outras doenças, uma vez que pacientes imunodeprimidos se tornam mais vulneráveis a tuberculose, insuficiência renal, perda de massa óssea, doenças do fígado, cardiovasculares, além de acelerar o declínio cognitivo.

Referências

DA SILVA AT, et al. Prevalência da AIDS em idosos no centro-oeste brasileiro. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 2019 v 23 .

Liberali BM, Avaliação do conhecimento sobre HIV/AIDS e uso de preservativo em um grupo de idosos da Cidade de São Paulo / HIV/AIDS. São Paulo: Rev Med 2020 v 99, n.2, p. 104-108.

CAETANO CS, et al. HIV/AIDS: conhecimento, atitude e prática da pessoa idosa. 14 Ed. Goiás: Itinerarius Reflectionis, 2018 v. 14, n. 4, p. 01 -21.

CAPELLARI B, et al. Conhecimento sobre HIV/aids segundo idosos de cidades da Serra Gaúcha/RS. 52 Ed São Paulo : Revista Usp, 2019 v. 52, n. 4, p. 303-310.

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Publicado

2020-11-12

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Artigos