ANÁLISE DA EFICÁCIA DA GINKGO BILOBA NO TRATAMENTO DA DOENÇA DE ALZHEIMER
Resumo
INTRODUÇÃO: A Ginkgo biloba (GB) é uma planta oriental, sendo uma das espécies vegetais mais antigas utilizadas para fins medicinais. A presença de compostos ativos do grupo dos ginkgoflavonas e terpenóides tem incentivado o uso do extrato da GB, denominado EGb761, para o tratamento de doenças neurodegenerativas, como é o mal de Alzheimer, por conta do seu potencial em aumentar a concentração, melhorar a memória e a cognição. OBJETIVOS: Analisar as funções biológicas dos principais componentes da GB, aliado a dados da literatura científica, para, assim, verificar a sua efetividade na terapêutica da doença de Alzheimer. MATERIAL E MÉTODOS: Foi utilizado o método in silico pelo software PASS online para avaliar a atividade biológica dos componentes do EGb761, sendo esta validada com potencial de ação (PA) acima de 0,7 - por serem de alta probabilidade de ação; e abaixo de 0,3 - por serem de baixa probabilidade de ação. RESULTADOS: Os dados do programa revelaram que o flavonoide quercentina apresenta PA de 0,887 e de 0,811 para as funções biológicas de inibidor da apoptose e de removedor de radicais livres, respectivamente. Outra substância, o terpenóide ginkgolide B, apresenta PA de 0,949 para o tratamento da doença de Alzheimer, de 0,947 para tratamento de doenças neurodegenerativas e de 0,772 como antagonista da proteína β-amiloide. Sabe-se que a fisiopatologia da doença de Alzheimer inclui o metabolismo anormal da proteína precursora do amilóide, com consequente formação e deposição de placas proteicas, por isso, as ações biológicas da ginkgolide B podem ser consideradas efetivas contra tal patologia. Além disso, já foi verificado que as funções da quercentina, ao fornecer proteção contra danos oxidativos e inibir as vias apópticas, também contribuem para reverter o quadro clínico da doença. Esses dados estão em consonância com os da literatura científica que, embora careçam de experiências controladas que associem a planta ao Alzheimer, dentre as realizadas, já foram evidenciados resultados positivos, sobretudo no uso da GB em pacientes com Alzheimer leve. CONCLUSÕES: Dessa forma, pode-se concluir que a Ginkgo biloba tem componentes com grande potencial para o tratamento da doença de Alzheimer. Sendo assim, é importante que sejam investidos em estudos clínicos para esclarecer os efeitos dessa planta em pacientes acometidos pela doença neurodegenerativa em questão, principalmente no que tange o Alzheimer leve.
Referências
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