ALTERAÇÕES BUCAIS POR CANDIDÍASE EM IDOSOS USUÁRIOS DE PRÓTESE DENTÁRIA
Resumo
Introdução: A candidíase é a forma mais comum das micoses superficiais bucais, sendo causada principalmente pela Cândida albicans. Fatores predisponentes para a patologia em questão incluem higiene bucal deficiente, anemia ferropriva, diabetes mellitus, desnutrição, malignidades hematológicas, doença do vírus da imunodeficiência humana (HIV), imunodeficiências e medicamentos (corticosteroides e imunossupressores). A candidíase é uma doença bastante encontrada em idosos devido às alterações do meio bucal e pelo uso de próteses totais e parciais. As lesões podem acometer toda a mucosa bucal, com maior frequência no palato mole, mucosa jugal e língua e são identificadas várias formas diferentes de acordo com o aspecto clínico das lesões(1). Em virtude do aumento do número de usuários das próteses, torna-se importante a prevenção, reconhecimento e tratamento adequado da Candidíase. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, com consulta nos seguintes bancos de dados: Scielo e PUBMED. Foram selecionados três artigos e utilizados como descritores da pesquisa: candidíase, idosos e saúde bucal. Resultados e Discussão: A prótese dentária tem sido um fator comum para colonização oral das espécies de cândida tendo sua presença uma relação entre hábitos de higiene oral, limpeza da prótese dentária e o comportamento da levedura. Esta relação pode ser explicada pela alta afinidade das espécies do gênero cândida em aderir e, consequentemente, colonizar o acrílico (material de que é feito a prótese) e sua presença na flora normal da boca (2). A candidíase bucal, quando associada a utilização de próteses parciais ou totais, é denominada estomatite protética. Clinicamente, se caracteriza pela presença de múltiplos pontos hiperêmicos na mucosa palatina e por áreas eritematosas generalizadas. Por si só ela não é uma enfermidade mortal, porém pode comprometer o paladar e a deglutição, levando a uma diminuição do apetite, principalmente nos casos de pacientes HIV-positivo ou pacientes hospitalizados e idosos, sendo também uma porta de entrada para complicações da candidíase do tipo orofaringeanas, esofágicas, laringeanas e sistêmicas. Em pacientes que fazem uso de prótese dentária, diretrizes publicadas indicam a orientação de remoção diária cautelosa de biofilmes bacterianos das dentaduras com imersão e escovação da prótese com um produto de limpeza de dentaduras não abrasivo. O paciente também deve ser instruído a não usar dentaduras continuamente. Na ausência de fatores predisponentes óbvios ou frente a casos de lesões disseminadas por toda a boca ou se estendendo para a orofaringe, indica-se avaliação sistêmica por meio de hemograma, glicemia em jejum, anti-HIV, a fim de descartar quadros de anemia e imunossupressão (associada ou não ao HIV). O mesmo se aplica a casos que não respondem ao tratamento tópico. Casos com envolvimento focal e sintomas mínimos podem ser tratados com nistatina ou miconazol(3).Conclusão: A mucosa bucal está sujeita a diversas patologias, dentre elas a candidíase, sendo sua ocorrência aumentada em pacientes usuários de próteses. Com isso, é de fundamental importância que os profissionais de saúde, especialmente os dentistas estejam atentos para a prevenção e tratamento da mesma a fim de evitar sintomas incômodos nos idosos.
Referências
(1) - PESSOA RAFAEL BOMFIM, ISABELITA; GABRIELA SOARES, DIANA et al.Prevalência de Lesões de Mucosa Bucal em Pacientes Portadores de PróteseDentária.Universidade Federal da Paraíba, 2008.
(2) - CARIRY PALHANO FREIRE, JULIANA; TAVARS COSTA NOBREGA, MARINA et al. Candidíase oral em usuários de próteses dentárias removíveis: fatoresassociado.Arch Health Invest ,2017.
(3) - SANDERSON VIANA, RODRIGO. Candidíase em idosos portadores de próteseoral e procedimentos de tratamento: revisão de literatura. Universidade federal de Minas Gerais, 2006.